Saudações, Pensadores de Ciências!
Hoje falaremos do projeto mascotes desenvolvido com a turma do quarto ano. Como vocês sabem, nossa turminha ficou encarregada do minhocário. Vocês sabem também que o conteúdo do quarto ano está concentrado no estudo do corpo humano e seus sistemas. Já apresentamos algumas das sequências didáticas desenvolvidas aqui e aqui. Com tanto conteúdo já trabalhado, nossa turma queria saber mais. Todos queriam ver, e na prática, como funciona um organismo. Decidimos que faríamos uma DISSECAÇÃO!
Mas o que é isso, professoras!?!
Dissecar significa examinar em detalhes, fazer a analise minuciosa, de acordo com o Dicionário Houaiss.
Ah tá, mas por que fazer uma dissecação pode ajudar alunos dos anos iniciais do ensino fundamental? Isso não é coisa de cientista? Vocês não acham que estão exagerando?
CLARO QUE…NÃO! Continua nesse post que a gente vai explicar tudo direitinho! 😉
Com uma atividade como essa, esperávamos estimular nossos alunos a participar da aula de Ciências com outra postura, não queríamos espectadores, queríamos investigadores e, sim, jovens com atitude científica. Não cansamos de reafirmar nosso objetivo de propor aos alunos atividades desafiadoras, colocá-los diante de situações que suscitem curiosidade e (por que não?) prazer em aprender!
Mas, antes de falarmos da experiência em si, deixamos aqui nosso agradecimento ao apoio fundamental da Professora e bióloga Lúcia Caldas, que também faz parte da equipe da Escola de Educação Integral Professor Zeferino Vaz. Ela tem sido parceira constante de nosso trabalho, orientando e dando informações mais precisas para que os trabalhos sejam conduzidos da melhor maneira possível por aqui. Agora, chega de conversa. Vamos falar da nossa estrela do dia, o minhocoçu.
Trabalhamos o Sistema Digestório, Respiratório e Circulatório com as turmas dos 4º anos, fizemos muitas experiências e usamos as minhocas como apoio em nossas aulas. Mas queríamos algo mais impactante, ver realmente como é, poder tocar, usar nossos sentidos. Pesquisando encontrei o Minhocuçu, que não deixa de ser uma minhoca gigante, e resolvemos após alguns estudos que iríamos dissecá-la para que tudo que aprendemos em sala fosse fixado de maneira mais “real, legal, mágica”, não sabemos nem qual palavra usar. 😀
Primeiro colocamos o minhocuçu no álcool para que ela fosse anestesiada, sua respiração é cutânea, por tanto, isso ajudaria no momento da experiência.


Quando iniciamos a dissecação as crianças foram percebendo que não dava para ver quase nada, pois esse anelídeo tem músculos que ajudam na sua locomoção.

Antes da dissecação, tivemos uma conversa inicial com os alunos e pedimos a atenção deles para algumas das informações que pesquisamos antes da aula e que fariam diferença para compreender melhor a experiência.
O corpo desses animais é dividido em pequenos anéis, tanto do lado de fora do corpo da minhoca, como em seu interior. Cada anel possui os seus próprios músculos. Assim, para se mover, a minhoca alonga uma parte do corpo e encurta outra, movimento sucessivo chamado de “alonga-encurta”.
Para consulta, utilizamos este site aqui
Aos poucos fui cortando também os músculos e os órgãos internos foram aparecendo.
Nossa expectativa era encontrar essa imagem…
A imagem veio desse blog aqui
E foi mais ou menos o que encontramos, resolvemos, então, que não abriríamos o intestino pq ao final já dava pra ver o húmus saindo, mas pudemos observar a faringe, papo, moela, vesículas seminais, os corações e o vasos sanguíneos.
A essa altura, os alunos já estavam encantados com a ideia da dissecação, mas antes de irmos para a prática, lemos este trecho da Revista Mundo Estranho
Elas possuem um complexo sistema circulatório e podem ter de dois a 15 pares de corações. Para que tantos?
É que elas precisam distribuir o sangue por todo o corpo e algumas espécies podem chegar a 3 metros de comprimento (!), como a gigante Megascolides australis, encontrada na Austrália.
O sistema circulatório das minhocas tem dois vasos sanguíneos principais que percorrem o corpo do animal no sentido do comprimento. Um desses vasos é a artéria ventral, por onde passa o sangue levando oxigênio aos órgãos. O outro é o vaso dorsal, que traz o sangue de volta. Ambos estão ligados a todos os pares de corações, que têm o formato de um arco. “São bolsas dilatadas e contráteis, que impulsionam a corrente sanguínea pelo corpo”, afirma o zootecnista Afrânio Augusto Guimarães, dono de uma empresa especializada na criação de minhocas. Mas se, por um lado, elas têm um monte de corações, por outro, não possuem pulmão! O órgão não faz falta, pois a respiração das minhocas é feita através da pele.
Com todas essas informações, já era possível começar, e lá fomos nós!! \o/

Estávamos prontos! Era só começar!!


E não é que os alunos foram reconhecendo todas as estruturas que vimos no material didático que apresentamos!! Isso nos deixa tão felizes! ❤

Na foto acima, você pode ver que rompemos a musculatura para que as estruturas internas pudessem ser vistas.

Pouco a pouco, os alunos iam se encantando com a experiência:

E o minhocoçu revelou os seus segredos:

E pedido dos meninos, para nós, é uma ordem!

A princípio, achamos que os alunos não gostariam ou que alguns ficariam com nojo ou impressionados demais, mas não. O resultado foi empolgação e e felicidade ao fim da aula.

Após a dissecação, as crianças acharam curioso a minhoca dividir a função do coração em 2 órgãos, e lembraram que o ser humano tem 1 só para tudo.
E como terminamos nosso experimento? Maravilhados com novas oportunidades de aprendizagem e cheios de ideias na cabeça. Aguardem! A gente ainda vai aprontar MUITO!
Deixe nos comentários suas sugestões e ideias para futuras experiências!
Até a próxima!
Excelente trabalho realizado pela professora Janaína nas aulas de ciências. Sempre tive a preocupação ao receber alunos no ciclo III desestimulados com o ensino de ciências, visto que muitas vezes ficam encerrados em sala de aula aprendendo uma ciência sem brilho, sem a beleza da prática, que na minha opinião facilita demais o entendimento da teoria. Dessa forma, para o próximo ano acredito que terei turmas estimuladas no espirito e na aprendizagem investigativa. Parabéns!!
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Obrigada pelas palavras de incentivo, Lúcia. Também estamos muito felizes de dividir tudo isso com os alunos. Estamos certas de que você nos contará muito sobre seu trabalho com eles nos próximos anos.
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